Entre em Contato

555-555-5555

contato@stivelcarvalho.adv.br

logo

Divórcio de Empresários e a Partilha da Empresa

Stivel Carvalho • jun. 04, 2024

Desvendando o Complexo Processo de Divórcio para Empresários: Desafios e Soluções


Quando falamos em divórcio, é inevitável pensar na necessidade de partilhar os bens acumulados ao longo do casamento. Este processo, que já é naturalmente complexo, torna-se ainda mais intrincado quando envolve a partilha de empresas..


No Brasil, a partilha de bens pode ocorrer separadamente do divórcio, permitindo que o divórcio seja solicitado de imediato, enquanto a divisão dos bens pode ser realizada ao longo do tempo. Esta flexibilidade é crucial quando os bens possuem valor econômico difícil de mensurar, como é o caso das empresas.


Este artigo explora as diversas situações que podem surgir durante a partilha de empresas em casos de divórcio, destacando os desafios e soluções possíveis.


Avaliação Negativa da Empresa: Como é Feita a Divisão de Prejuízos no Divórcio


A Realidade dos Prejuízos na Partilha de Empresas


Quando tratamos de uma empresa individual, onde os bens da pessoa jurídica se confundem com os bens pessoais da pessoa física, é essencial que tanto os ativos quanto os passivos sejam partilhados em caso de divórcio.


Isso ocorre porque as dívidas contraídas pela empresa são presumidamente destinadas ao sustento da família, oriundas da atividade empresarial exercida pelo cônjuge empreendedor. Portanto, mesmo que a empresa esteja apresentando prejuízos, esses passivos também devem ser incluídos na partilha de bens, assegurando uma divisão justa e equilibrada dos encargos financeiros acumulados durante o casamento.


Em contrapartida, quando estamos tratando de uma sociedade limitada, é fundamental entender que, em regra, o patrimônio da sociedade empresária de responsabilidade limitada não se mistura com o patrimônio pessoal dos seus sócios.


Isso significa que as dívidas contraídas para o exercício das atividades da empresa, na qual apenas um dos cônjuges figura como sócio, não são incluídas na partilha de bens em um processo de divórcio. A autonomia do patrimônio da empresa garante que suas obrigações financeiras sejam separadas dos bens pessoais dos sócios, protegendo assim o cônjuge não sócio das responsabilidades financeiras relacionadas às operações empresariais.


Portanto, em um cenário de prejuízo, a empresa deve ser avaliada por um perito que considerará todos os aspectos financeiros, incluindo dívidas e obrigações, para determinar o valor patrimonial real das cotas sociais do cônjuge. É crucial compreender que são esses valores das cotas sociais, e não a empresa em si, que serão partilhados no divórcio. Essa avaliação detalhada assegura que a divisão dos bens seja justa e refletiva do valor econômico que as cotas sociais representam, levando em conta a realidade financeira da empresa.

Este processo pode ser complexo e demorado, muitas vezes exigindo a análise detalhada de balanços financeiros, declarações de impostos e outros documentos contábeis. A transparência e a precisão nesta avaliação são cruciais para garantir uma divisão justa dos passivos.


A Necessidade de uma Avaliação Precisa


Como vimos acima, a avaliação da empresa, realizada por um perito, é crucial neste cenário.


O perito deve considerar todos os aspectos financeiros da empresa, incluindo dívidas e obrigações, para determinar o valor real das cotas sociais a serem partilhadas. Nesse contexto, é fundamental que os cônjuges compreendam que a avaliação pode ser contestada, sendo necessário estar preparado para possíveis disputas judiciais sobre o valor atribuído.


A avaliação precisa da empresa é essencial para evitar conflitos posteriores entre os cônjuges. Um laudo pericial bem fundamentado pode minimizar as chances de contestação e proporcionar uma base sólida para a negociação dos termos da partilha.


No entanto, é importante que ambos os cônjuges tenham acesso igualitário às informações financeiras da empresa e possam contratar seus próprios peritos, se necessário, para garantir que a avaliação seja justa e imparcial.


Empresa com Prejuízos e Avaliação Positiva: Um Cenário Possível


Entendendo a Avaliação Positiva Apesar dos Prejuízos


Uma empresa pode apresentar prejuízos operacionais, mas ainda ter uma avaliação positiva devido a ativos não líquidos, como a marca, carteira de clientes e o posicionamento de mercado.


Estes elementos intangíveis podem agregar valor significativo à empresa, mesmo quando a liquidez é baixa. A avaliação positiva apesar dos prejuízos pode parecer paradoxal, mas reflete o valor potencial futuro e a reputação da empresa no mercado. É um indicativo de que, apesar dos problemas financeiros atuais, a empresa possui ativos valiosos que podem alto valor patrimonial.


A avaliação de ativos intangíveis, como marcas e carteiras de clientes, é uma tarefa complexa que requer a expertise de profissionais especializados. Esses ativos podem representar um valor substancial para a empresa, mesmo que não sejam imediatamente convertíveis em dinheiro.


Portanto, em processos de divórcio envolvendo empresas, é crucial que ambas as partes reconheçam e entendam o valor desses ativos intangíveis. Eles não só afetam a avaliação total da empresa, mas também podem influenciar as negociações e as decisões relativas à partilha de bens. Ignorar esses ativos pode resultar em uma partilha injusta e subvalorizada, subestimando o verdadeiro potencial da empresa e comprometendo o futuro financeiro dos cônjuges envolvidos.


Desafios da Falta de Liquidez


A falta de liquidez representa um grande desafio na partilha de uma empresa. Sem dinheiro em caixa para pagar a parte do ex-cônjuge, a situação pode se tornar insustentável. Este é um problema comum, especialmente em empresas que dependem de ativos não líquidos para seu valor.


Nesses casos, é essencial encontrar soluções práticas, como acordos de pagamento parcelado ou a venda de parte dos ativos para gerar liquidez. A falta de liquidez pode levar a uma disputa prolongada, e muitas vezes a mediação é a melhor abordagem para evitar um litígio desgastante.


Uma possível solução para a falta de liquidez é a penhora dos frutos das quotas sociais, ou seja, utilizar os lucros futuros da empresa para pagar a parte do ex-cônjuge. Embora essa medida possa ser vista como extrema, ela garante que a divisão dos bens seja realizada de maneira justa, sem comprometer a operação contínua da empresa.


No entanto, essa abordagem exige um planejamento cuidadoso e a cooperação dos cônjuges para garantir que os lucros sejam distribuídos de forma equitativa e transparente.


Sem essa colaboração, há o risco de que o processo se torne litigioso, levando o juiz a determinar o bloqueio compulsório dos valores e a imposição de obrigações adicionais, como a apresentação judicial recorrente de documentos contábeis. Essa intervenção judicial visa assegurar a justiça e a clareza na partilha dos lucros, prevenindo fraudes e garantindo que ambas as partes recebam sua devida parte de forma correta e monitorada.


A Importância da Apuração de Haveres Prevista no Contrato Social: Facilitando a Partilha de Bens


Quando o contrato social da empresa prevê a forma de apuração de haveres, o processo de partilha pode ser simplificado. Este planejamento prévio permite que os critérios delimitados no ato constitutivo sejam seguidos, evitando disputas e incertezas.


Logo, a inclusão de cláusulas específicas no contrato social sobre a apuração de haveres em caso de divórcio pode facilitar a resolução dessas questões no futuro, garantindo que o processo seja conduzido de forma ordenada e previsível.


A previsão contratual pode incluir métodos específicos de avaliação dos bens da empresa, cronogramas para a partilha e formas de pagamento, o que pode reduzir significativamente o tempo e os custos envolvidos na resolução de disputas. Além disso, a clareza nas regras contratuais pode minimizar as tensões entre os cônjuges, proporcionando uma base sólida para a negociação dos termos da partilha.


Essa previsão contratual respeita o princípio da intervenção mínima do Estado nas relações econômicas. Este princípio é fundamental para garantir que as empresas possam operar com autonomia, sem interferências indevidas, mesmo em situações de divórcio.


Portanto, a apuração de haveres é o processo de determinação do valor da participação societária de um sócio ao se retirar da empresa, sendo um momento delicado e sensível que exige clareza, justiça e segurança para proteger os interesses de todos os envolvidos.


A adoção de critérios internos para essa apuração está prevista no art. 606 do CPC, sendo crucial para minimizar os impactos negativos do divórcio na operação da empresa e garantir um desfecho satisfatório para todas as partes.


Definir esses critérios internamente, através do contrato social, oferece diversas vantagens que vão além da mera agilidade:


  • Segurança jurídica robusta: Estabelece regras claras e pré-definidas, evitando disputas, incertezas e litígios que podem comprometer a estabilidade da empresa e gerar custos desnecessários com processos judiciais.

  • Agilidade e eficiência otimizadas: Agiliza o processo de apuração de haveres, reduzindo drasticamente o tempo e os recursos gastos com negociações demoradas e complexas, permitindo que a empresa siga em frente sem interrupções significativas.

  • Harmonia entre sócios preservada: Promove um ambiente de maior harmonia e colaboração entre os sócios, pois as regras do jogo já estão claras para todos desde o início da sociedade, evitando ressentimentos e desconfianças que podem prejudicar a produtividade e o clima organizacional.

  • Proteção da empresa blindada: Minimiza o impacto negativo do divórcio na operação da empresa, pois o processo de saída do sócio se torna mais tranquilo, previsível e célere, permitindo que a empresa se concentre em seus objetivos estratégicos sem se preocupar com conflitos internos.


Portanto, ao investir na definição interna de critérios claros e objetivos para apuração de haveres, você estará protegendo o futuro da sua empresa, preservando a harmonia entre os sócios e garantindo um processo de divórcio societário mais justo, transparente e célere. Além disso, está facilitando uma eventual partilha do valor das cotas sociais num eventual e futuro divórcio.


Conflito de Interesse: Ex-Cônjuge Deseja Ingressar na Empresa


O divórcio, além de um momento de profunda transformação pessoal, também traz consigo implicações jurídicas que impactam diretamente o patrimônio do casal, incluindo a participação em empresas, especialmente nas sociedades limitadas.


A complexa questão do ingresso de ex-cônjuges no quadro societário após a separação exige análise criteriosa do contrato social, da legislação vigente e das particularidades de cada caso, a fim de garantir decisões justas e amparadas pela lei.


Compreendendo as nuances das sociedades limitadas:


É fundamental destacar que as sociedades limitadas, por suas características próprias, apresentam distinções relevantes no que tange à entrada de novos sócios. Ao contrário das sociedades anônimas, onde a livre transferência de ações é permitida, nas sociedades limitadas, a admissão de novos membros depende da anuência dos sócios já existentes, conforme estabelecido no contrato social.


A soberania do contrato social:


O contrato social, documento basilar da sociedade limitada, rege as regras de funcionamento da empresa e define os direitos e obrigações dos sócios. Nesse sentido, ele assume papel crucial na análise da possibilidade de ingresso do ex-cônjuge na sociedade.


Analisando as possibilidades de ingresso:


Em cenários onde o contrato social permite a cessão de quotas ou a admissão de novos sócios, a avaliação da viabilidade do ingresso do ex-cônjuge deve considerar diversos fatores, como:


  • Intenção e capacidade do ex-cônjuge: É fundamental analisar se o ex-cônjuge possui interesse e capacidade para assumir as responsabilidades inerentes à condição de sócio, como participação ativa na gestão do negócio e conhecimento técnico-operacional da área de atuação da empresa.

  • Concordância dos demais sócios: A anuência dos demais sócios é imprescindível para a admissão do ex-cônjuge, pois a entrada de um novo membro impacta diretamente a dinâmica interna da sociedade e as relações entre os sócios.

  • Impacto na empresa: A admissão do ex-cônjuge deve ser ponderada em conjunto com os possíveis impactos na empresa, como alterações na cultura organizacional, na distribuição de lucros e na dinâmica de tomada de decisões.


Cenários em que o ingresso é inviável:


Mesmo que o contrato social não apresente restrições explícitas, o ingresso do ex-cônjuge pode ser inviável em algumas situações:


  • Falta de interesse ou capacidade: Se o ex-cônjuge não demonstra interesse ou capacidade para se tornar sócio, sua admissão pode comprometer o bom funcionamento da empresa.

  • Oposição dos demais sócios: A recusa dos demais sócios em aceitar o ex-cônjuge como novo membro é um impeditivo legal para sua entrada na sociedade.

  • Prejuízo à empresa: A admissão do ex-cônjuge pode gerar impactos negativos na empresa, como conflitos interpessoais, instabilidade na gestão ou comprometimento da imagem da empresa.


Caminhos alternativos ao ingresso na sociedade:


Em casos onde a admissão do ex-cônjuge na sociedade se mostra inviável ou indesejável, existem alternativas para garantir a justa divisão dos bens da empresa:


  • Apuração de haveres: O ex-cônjuge pode receber o valor equivalente à sua participação na sociedade, apurado mediante avaliação do patrimônio da empresa.

  • Compra das quotas: Um dos sócios existentes pode adquirir as quotas do ex-cônjuge, mediante pagamento do valor apurado na avaliação da empresa.

  • Parcelamento do Valor das Cotas Sociais: O cônjuge empresário pode realizar o pagamento parcelado da expressão econômica da metade das cotas sociais ao cônjuge não empresário;

  • Compensação com Demais Bens da Partilha: O valor apurado das cotas sociais a serem partilhadas pode ser compensado na divisão dos demais bens, de modo que aquele cônjuge não sócio receba uma porção maior dos demais bens para compensar o valor a que teria direito das cotas sociais.

  • Venda da empresa: Em casos extremos, a venda da empresa pode ser considerada como solução para viabilizar a divisão do patrimônio do casal.


A complexa questão do ingresso de ex-cônjuges em sociedades limitadas após o divórcio exige o acompanhamento de um advogado experiente em direito societário e familiar. Através de uma análise profunda do contrato social, da legislação vigente e das particularidades de cada caso, o profissional poderá orientar as partes de forma segura e eficaz, buscando soluções que garantam a justa divisão do patrimônio e a proteção dos interesses de todos os envolvidos.


O divórcio, mesmo que um momento difícil, não precisa ser um obstáculo para a resolução justa e célere da divisão do patrimônio do casal, especialmente no que se refere à participação em sociedades limitadas. Através do diálogo, da análise criteriosa das alternativas disponíveis e do acompanhamento profissional especializado, é possível encontrar soluções que conciliem os interesses de todas


Empresa com Avaliação Elevada e Falta de Liquidez: Desafios da Partilha


Desafios de uma Avaliação Elevada


Quando uma empresa tem um valor de avaliação elevado, mas falta de liquidez, a partilha pode ser prejudicada. Este cenário é particularmente complicado quando o cônjuge empresário não tem recursos para pagar a parte do ex-parceiro.


A avaliação elevada reflete o valor potencial da empresa, mas a falta de liquidez impede que esse valor seja facilmente convertido em dinheiro para a partilha. Este é um problema comum em empresas que possuem ativos valiosos, mas não geram caixa suficiente para atender às demandas imediatas.


A avaliação elevada pode ser baseada em projeções futuras de receita, ativos intangíveis e outras considerações financeiras que não são imediatamente realizáveis.


Esta situação pode criar uma disparidade entre o valor teórico da empresa e sua capacidade prática de gerar recursos financeiros. Portanto, é crucial que os cônjuges considerem todas as opções possíveis para resolver essa disparidade, incluindo a reestruturação da empresa ou a venda de ativos não essenciais.


Soluções Possíveis: Penhora dos Frutos da Participação Societária


Uma solução viável é a penhora dos frutos da participação societária do cônjuge que está na empresa. Desta forma, todos os lucros gerados pela empresa serão destinados ao cônjuge credor até que a dívida seja quitada.


Esta medida, embora drástica, garante que a parte do ex-cônjuge seja devidamente compensada. No entanto, essa abordagem exige um planejamento cuidadoso e a cooperação dos cônjuges para garantir que os lucros sejam distribuídos de forma equitativa e transparente.


A Valorização das Cotas Sociais de Empresa Aberta Antes do Casamento e sua Exclusão da Partilha no Divórcio


A partilha da valorização das cotas sociais de empresas abertas e/ou adquiridas antes do casamento exige análise criteriosa da legislação vigente e da jurisprudência consolidada, a fim de garantir decisões justas e amparadas pela lei.


Neste contexto, o julgado do STJ np AgInt nos EDcl no AREsp: 699207 SP 2015/0071048-3, torna-se referência fundamental para a compreensão da exclusão da valorização das cotas sociais da partilha no divórcio.


Através de uma análise aprofundada do acórdão e da doutrina correlata, neste tópico temos o objetivo de detalhar os aspectos relevantes dessa questão, oferecendo uma visão completa e atualizada sobre o tema.


A Valorização das Cotas Sociais como Fenômeno Econômico Autônomo


O cerne da questão reside na distinção entre o bem em si (as cotas sociais) e a valorização que este bem experimenta ao longo do tempo.


Segundo a jurisprudência dominante do STJ, a valorização patrimonial das cotas sociais adquiridas antes do casamento ou da união estável não deve integrar o patrimônio comum a ser partilhado, pois decorre de um fenômeno econômico autônomo, independente da comunhão de esforços do casal.


Em outras palavras, o STJ reconhece que o aumento do valor das cotas sociais, muitas vezes substancial, é fruto de fatores externos ao casamento, como flutuações do mercado, desempenho da empresa e conjuntura econômica. Tais fatores, por sua natureza, não se submetem à influência direta do trabalho ou da dedicação do casal, distinguindo-se, portanto, dos bens adquiridos durante a união conjugal, que sim são frutos do esforço comum.


Fundamentos Legais e Doutrinários da Exclusão da Valorização


A fundamentação legal para a exclusão da valorização das cotas sociais da partilha no divórcio encontra-se no regime de bens adotado pelo casal. No regime de comunhão parcial de bens, o patrimônio comum a ser partilhado se limita aos bens adquiridos durante a união conjugal, excluindo-se aqueles pertencentes a cada cônjuge antes do casamento.


Nesse sentido, o art. 1.658 do Código Civil Brasileiro estabelece que, no regime de comunhão parcial, " comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes". Já o art. 1.659, inciso I, do mesmo diploma legal, exclui da comunhão "os bens que cada cônjuge possuir ao casar".


Consequências Práticas da Exclusão da Valorização


A exclusão da valorização das cotas sociais da partilha no divórcio gera importantes consequências práticas, impactando diretamente a divisão do patrimônio do casal. Na prática, significa que o cônjuge que detém as cotas sociais não terá que dividir com o ex-cônjuge o aumento de valor que estas experimentaram ao longo do casamento.


Tal entendimento visa garantir a justiça e a equidade na divisão dos bens, reconhecendo que a valorização das cotas sociais não é fruto do esforço conjunto do casal, mas sim de fatores externos à união conjugal.


Exceções à Exclusão da Valorização das Cotas Sociais na Partilha do Divórcio: Uma Análise Detalhada


Embora a jurisprudência dominante do STJ exclua a valorização das cotas sociais da partilha no divórcio, existem algumas exceções a essa regra que merecem ser analisadas com atenção:


Esforço Conjunto do Casal:


Em casos excepcionais, a valorização das cotas sociais pode ser considerada partilhável, desde que haja comprovação de que o aumento de valor decorreu, ao menos em parte, do esforço conjunto do casal.


Essa situação pode se configurar em cenários como:


  • Participação ativa do cônjuge na gestão da empresa: Se o cônjuge que não detém as cotas sociais dedicou tempo e esforço à gestão da empresa, contribuindo diretamente para o seu crescimento e valorização, a valorização das cotas pode ser considerada fruto do esforço conjunto e, consequentemente, partilhável.

  • Investimentos realizados durante o casamento: Se o casal realizou investimentos na empresa durante o casamento, como aportes de capital ou trabalho dedicado à melhoria do negócio, tais investimentos podem ser considerados como parte do patrimônio comum a ser partilhado, incluindo a valorização das cotas sociais.


Portanto, cada caso deve ser analisado de forma individual, sendo recomendável que se procure orientação profissional de um advogado especialista em partilha de bens em processos de divórcio.


Regime de Bens Universal:


No regime de bens universais, todos os bens do casal, presentes e futuros, são considerados patrimônio comum a ser partilhado no divórcio. Nesse regime, a valorização das cotas sociais, mesmo que adquiridas antes do casamento, será partilhada, pois todos os bens do casal se comunicam.


Pacto Antenupcial:


O pacto antenupcial é um contrato celebrado antes do casamento que permite aos cônjuges estabelecer regras específicas para a divisão do patrimônio em caso de divórcio. Através do pacto antenupcial, o casal pode incluir a valorização das cotas sociais na partilha, mesmo que adquiridas antes do casamento.


Dúvidas sobre partilha de bens ou planejamento patrimonial? Conte com a expertise da nossa equipe!


Garantir a segurança e a tranquilidade do seu patrimônio é fundamental para o seu bem-estar e o de sua família. Mas, lidar com questões complexas como partilha de bens e planejamento patrimonial pode ser desafiador.


É por isso que a nossa equipe de especialistas em direito familiar e partilha de bens está aqui para te ajudar!


Clique no botão abaixo e fale conosco. Vamos te auxiliar a:


  • Entender seus direitos e deveres na partilha de bens, seja em um divórcio, inventário ou outro processo legal.
  • Estruturar um plano patrimonial sólido e personalizado, de acordo com seus objetivos e necessidades.
  • Tomar decisões conscientes e estratégicas para proteger seus bens e garantir o futuro da sua família.


Não deixe para amanhã o que você pode resolver hoje!


Nossa equipe experiente e dedicada está pronta para te oferecer o suporte jurídico que você precisa para:


  • Enfrentar os desafios da partilha de bens com segurança e confiança.
  • Organizar seu patrimônio de forma eficaz e eficiente.
  • Alcançar seus objetivos financeiros e garantir o futuro da sua família.


Fale conosco agora mesmo e dê o primeiro passo para um futuro mais tranquilo e seguro!


Clique no botão abaixo



FALAR COM ADVOGADO

Leia Mais Artigos Sobre Partilha de Bens

Partilha de empresa no divórcio
Por Stivel Carvalho 09 jul., 2024
O Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), em decisão unânime da 2ª Câmara de Direito Privado, reformou parcialmente a sentença de um processo de divórcio litigioso envolvendo a partilha de bens. O caso, de grande relevância para o direito de família, destaca importantes pontos sobre o regime de comunhão parcial de bens.
justiça brasileira vs justiça estrangeira
Por Stivel Carvalho 03 jun., 2024
Impactos e Implicações das Decisões do STJ sobre a Partilha Internacional de Bens
partilha de bens internacionais
Por Stivel Carvalho 02 jun., 2024
A jurisprudência brasileira avança em favor da inclusão de bens internacionais na divisão de patrimônio conjugal
partilha de verbas trabalhistas no divórcio
Por Stivel Carvalho 01 jun., 2024
Entendendo a Partilha de Verbas Rescisórias, Indenizações Trabalhistas e Indenizações por Acidente de Trabalho no Divórcio
investigação de bens
Por Stivel Carvalho 31 mai., 2024
Entenda como agir quando seu ex-cônjuge oculta bens em nome de terceiros para evitar a partilha
violência doméstica
Por Stivel Carvalho 30 mai., 2024
Projeto de Lei Possivelmente Inconstitucional Busca Confiscar Bens de Condenados Por Violência Doméstica
Plenário do STJ
Por Stivel Carvalho 29 mai., 2024
Entenda as Diferenças Entre Previdência Aberta e Fechada na Partilha de Bens
FGTS
Por Stivel Carvalho 28 mai., 2024
Como Garantir a Sua Parte: Passo a Passo para Reservar e Partilhar o FGTS no Divórcio
desenho de uma casa sendo ofertada a venda
Por Stivel Carvalho 28 mai., 2024
Entenda como dividir imóveis quitados, financiados antes e durante o casamento de forma justa e eficaz
reunião para divisão de bens no divórcio
Por Stivel Carvalho 27 mai., 2024
Impactos do Regime de Bens na Partilha Dentro do Divórcio e Questões Legais Práticas
Show More

Falar Com Advogado!

Clique no botão ao lado para entrar em contato com nossa equipe jurídica e receber assessoria especializada em Direito de Família.

Clique no botão abaixo para entrar em contato com nossa equipe jurídica e receber assessoria especializada em Direito de Família.

Dr. Stivel Carvalho Advogado de Família

Compartilhe nas Redes Sociais

Dr. Stivel Carvalho Advogado de Família

Compartilhe nas Redes Sociais

Leia Também

Calendário indicando dias do genitor e dias da genitora
Por Stivel Carvalho 03 set., 2024
Explore alternativas ao modelo tradicional de convivência na guarda compartilhada e descubra como personalizar o regime de visitas para atender melhor às necessidades de cada família. Saiba mais sobre opções flexíveis que garantem o bem-estar das crianças e a participação equilibrada de ambos os genitores.
Quebra cabeça entre os genitores e o filho em comum
Por Stivel Carvalho 03 set., 2024
Descubra os desafios e a importância da guarda compartilhada no Brasil. Entenda como o compartilhamento de responsabilidades entre os genitores pode beneficiar as crianças, e por que, apesar de ser a norma legal, essa modalidade ainda enfrenta obstáculos na prática. Saiba como lidar com a animosidade entre os pais e quais são as melhores soluções para garantir o bem-estar dos filhos.
filho entre o pai e a mãe
Por Stivel Carvalho 01 set., 2024
Entenda por que o cumprimento do regime de visitação é essencial para o desenvolvimento infantil, mesmo que a criança manifeste resistência. Saiba como lidar com essa situação, a importância do convívio com ambos os genitores, e por que a pensão alimentícia não deve ser condicionada ao direito de convivência.
trabalhador cansado
Por Stivel Carvalho 09 jul., 2024
Decisão do TJCE que negou guarda compartilhada ao pai por ele ter dois empregos levanta debate sobre penalização de genitores trabalhadores. Entenda a importância de uma defesa processual especializada para garantir decisões justas em casos de guarda e responsabilidade parental.
filho autista
Por Stivel Carvalho 09 jul., 2024
Entenda a polêmica decisão do TJCE que reduziu a pensão alimentícia de um filho autista devido ao recebimento do BPC Loas. Explore os impactos dessa medida, as necessidades especiais dos menores autistas, e a importância de um advogado especializado em direito de família para garantir o melhor interesse da criança.
Partilha de empresa no divórcio
Por Stivel Carvalho 09 jul., 2024
O Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), em decisão unânime da 2ª Câmara de Direito Privado, reformou parcialmente a sentença de um processo de divórcio litigioso envolvendo a partilha de bens. O caso, de grande relevância para o direito de família, destaca importantes pontos sobre o regime de comunhão parcial de bens.
ADVOGADO DE FAMÍLIA EM FORTALEZA: CONHEÇA STIVEL CARVALHO
19 jun., 2024
O Advogado Especialista em direito de Família de Fortaleza que Atende Clientes do Mundo Inteiro
Quando o Filho Perde o Direito à Pensão Alimentícia? Descubra.
Por Stivel Carvalho 14 jun., 2024
Descubra quando o filho perde o direito à pensão alimentícia, com base na legislação brasileira e situações específicas que influenciam essa decisão.
Empresas Vendem Serviço de Videochamadas com Pessoas Falecidas
Por Stivel Carvalho 12 jun., 2024
Descubra como a inteligência artificial está revolucionando o luto com serviços de videochamada com avatares realistas de pessoas falecidas. Entenda os aspectos tecnológicos, éticos e jurídicos dessa inovação.
Apps de Co-Parentalidade: Facilitando a Guarda Compartilhada
Por Stivel Carvalho 11 jun., 2024
Descubra como aplicativos de co-parentalidade podem transformar a guarda compartilhada, facilitando a comunicação, organização de atividades e controle de despesas entre pais, promovendo um ambiente harmonioso e bem estruturado para os filhos.
Na Guarda Compartilhada Paga Pensão Alimentícia? Leia e Entenda
Por Stivel Carvalho 10 jun., 2024
Descubra se na guarda compartilhada paga pensão alimentícia. Entenda as implicações legais, jurisprudência e dicas práticas para pais que compartilham a guarda dos filhos.
Na Guarda Compartilhada Paga Pensão Alimentícia? Leia e Entenda
Por Stivel Carvalho 08 jun., 2024
Juíza impõe multa e condenação por abuso processual em decisão que expõe a utilização do sistema judicial como arma de opressão
Polícia Civil de Cantagalo/PR
Por Stivel Carvalho 08 jun., 2024
Agressão e Vandalismo: Mulher não aceita divórcio, agride fisicamente e causa danos ao veículo do companheiro.
três crianças colombianas com tarja preta nos olhos
Por Stivel Carvalho 07 jun., 2024
Decisão do STJ Refirma Aplicação da Convenção de Haia em Casos de Subtração e Retenção Ilegal de Menores
Falecido caminhoneiro Alexandre Novas com sua filha dentro do caminhão
Por Stivel Carvalho 07 jun., 2024
Ex-esposa recebe benefício enquanto atual companheira luta peloi reconhecimento da união estável
Jovem faz teste de DNA por diversão e descobre traição da mãe
Por Stivel Carvalho 06 jun., 2024
Um jovem de 19 anos revelou na rede social Reddit que descobriu uma traição de sua mãe, o que resultou na destruição da família
Jennifer Lopez e Ben Affleck
Por Stivel Carvalho 06 jun., 2024
Em meio a rumores de separação, casal parece planejar venda de mansão em Beverly Hills, sinalizando uma divisão amigável dos bens.
Mel Maia e seus pais
Por Stivel Carvalho 06 jun., 2024
Atriz desabafa sobre dificuldades em lidar com a nova realidade familiar e reacende debate sobre o impacto do divórcio em filhos de todas as idades
Por Stivel Carvalho 06 jun., 2024
Descubra tudo sobre o pacto antenu pcial, sua importância, requisitos legais e como proteger os bens antes do casamento.
STJ
Por Stivel Carvalho 05 jun., 2024
Acordos Judiciais e a Irrevogabilidade Unilateral de Cláusulas sobre Seguros de Vida
casal partilhando empresa
Por Stivel Carvalho 04 jun., 2024
Desvendando o Complexo Processo de Divórcio para Empresários: Desafios e Soluções
justiça brasileira vs justiça estrangeira
Por Stivel Carvalho 03 jun., 2024
Impactos e Implicações das Decisões do STJ sobre a Partilha Internacional de Bens
partilha de bens internacionais
Por Stivel Carvalho 02 jun., 2024
A jurisprudência brasileira avança em favor da inclusão de bens internacionais na divisão de patrimônio conjugal
partilha de verbas trabalhistas no divórcio
Por Stivel Carvalho 01 jun., 2024
Entendendo a Partilha de Verbas Rescisórias, Indenizações Trabalhistas e Indenizações por Acidente de Trabalho no Divórcio
violência doméstica
Por Stivel Carvalho 30 mai., 2024
Projeto de Lei Possivelmente Inconstitucional Busca Confiscar Bens de Condenados Por Violência Doméstica
 Rainha Letizia
Por Stivel Carvalho 29 mai., 2024
Supostas Exigências de Letizia Complicam Divórcio com Rei Felipe VI
Plenário do STJ
Por Stivel Carvalho 29 mai., 2024
Entenda as Diferenças Entre Previdência Aberta e Fechada na Partilha de Bens
FGTS
Por Stivel Carvalho 28 mai., 2024
Como Garantir a Sua Parte: Passo a Passo para Reservar e Partilhar o FGTS no Divórcio
desenho de uma casa sendo ofertada a venda
Por Stivel Carvalho 28 mai., 2024
Entenda como dividir imóveis quitados, financiados antes e durante o casamento de forma justa e eficaz
reunião para divisão de bens no divórcio
Por Stivel Carvalho 27 mai., 2024
Impactos do Regime de Bens na Partilha Dentro do Divórcio e Questões Legais Práticas
casal dividindo a casa ao meio em partilha de bens após a separação
Por Stivel Carvalho 26 mai., 2024
Entenda como a ocultação de bens pode resultar em graves penalidades legais
casal brigando pela partilha de bens no divórcio
Por Stivel Carvalho 25 mai., 2024
Descubra as principais práticas fraudulentas e como reverter essas situações na justiça.
Plenário do STJ
Por Stivel Carvalho 24 mai., 2024
3ª turma decidiu que, não tendo havido a conclusão do inventário e a partilha dos bens, não é possível imputar aos herdeiros a responsabilidade pessoal pelas dívidas condominiais do falecido.
Foto do STJ
Por Stivel Carvalho 23 mai., 2024
STJ permite divórcio após morte do cônjuge, fixando entendimento que os herdeiros podem continuar o processo. Decisão histórica reforça direito potestativo ao divórcio e preserva vontade da pessoa falecida. Saiba mais sobre essa importante mudança no direito de família.
Um homem e uma mulher estão sentados à mesa assinando o divórcio
Por Stivel Carvalho 23 mai., 2024
Descubra a proposta de relatórios direto em cartório do novo Código Civil, uma inovação que facilita a dissolução matrimonial de forma rápida e menos conflituosa.
Um bolo de casamento quebrado com uma estatueta dos noivos em cima
Por Stivel Carvalho 22 mai., 2024
Descubra a chocante realidade dos relacionamentos no Brasil com base nos dados recentes do IBGE. Este artigo analisa a queda nos casamentos e o aumento dos divórcios, revelando como as mudanças sociais, econômicas e legais estão transformando a estrutura familiar brasileira. Saiba por que mais brasileiros estão abandonando o matrimônio, como a pandemia afetou os relacionamentos e quais são as implicações para o futuro das famílias no país. Uma leitura indispensável para entender as novas dinâmicas do amor e do casamento no século XXI.
A woman with a broken heart in the background
Por Stivel Carvalho 22 mai., 2024
Em um caso chocante em Atibaia, Daiane dos Santos Farias foi condenada a quatro anos de prisão por cortar o pênis do marido, Gilberto Nogueira de Oliveira, após descobrir uma traição com uma sobrinha adotiva de 15 anos. A juíza Roberta Layaun Chiappeta de Moraes Barros destacou a frieza e a premeditação do crime. O incidente gerou intensa repercussão e debate sobre os limites da justiça por vingança e a necessidade de suporte emocional adequado para lidar com traições.
A little boy is kneeling down next to a man in a suit.
Por Stivel Carvalho 22 mai., 2024
Descubra como a desfiliação por abandono afetivo impacta o registro civil dos filhos, incluindo questões de pensão alimentícia e herança. Analisamos o precedente do TJDFT e as implicações jurídicas, emocionais e sociais dessa medida inovadora. Entenda como a revogação de paternidade visa proteger os direitos e a individualidade dos menores, evitando a revitimização e promovendo um ambiente familiar saudável.
A woman is sitting on a couch looking at her phone while a child sits on the floor.
Por Stivel Carvalho 21 mai., 2024
A Câmara dos Deputados deu um passo significativo para a proteção emocional de crianças e adolescentes ao aprovar o Projeto de Lei 3012/23, que criminaliza o abandono afetivo. Proposto pela deputada Juliana Cardoso, o PL reconhece a importância do afeto para o desenvolvimento saudável e prevê penalidades para pais que negligenciam os cuidados emocionais dos filhos, mesmo quando há suporte financeiro. Este artigo detalha as implicações legais, sociais e emocionais desta nova legislação, destacando a importância de um ambiente familiar amoroso e estável.
Um homem de camisa listrada está diante do martelo de um juiz
Por Stivel Carvalho 21 mai., 2024
Após 12 anos de prisão injusta, Carlos Edmilson da Silva foi libertado graças a um exame de DNA que provou sua inocência. Condenado por dez estupros na Grande São Paulo, Carlos foi identificado erroneamente por reconhecimento visual. O verdadeiro criminoso, José Reginaldo dos Santos Neres, foi descoberto através de evidências genéticas. Esta história destaca a importância da justiça precisa e o impacto devastador dos erros judiciais. Saiba mais sobre o caso e a luta pela justiça.
Share by: